quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

"Às vezes, me reconheço nos demais. Me reconheço nos que ficarão, nos amigos abrigos, loucos lindos de justiça e bichos voadores da beleza e demais vadios e mal cuidados que andam por aí e que por aí continuarão, como continuarão as estrelas da noite e as ondas do mar. Então, quando me reconheço neles, eu sou ar aprendendo a saber-me continuado no vento. Acho que foi Vallejo, César Vallejo, que disse que às vezes o vento muda o ar. Pois bem, quando eu já não estiver, o vento estará, continuará estando. "

Eduardo Galeano

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A melodia desenha o nosso corpo, obedecemos a coreografia do gozo, por vezes saímos do tempo, do ritmo e damos a descompassar. Meu colo entre em abre-alas e porta bandeiras com seu rosto sorrindo, eu preciso te ver feliz. Foi nessa esquina que deixei meu ego e te amo feito conto de fadas, esse amor que eu demasiada-humana pensei impossível, um amor quase divino e que de tao puro me espanta por ser meu, ou ser tudo. Meu amor nao me falta o sono, nao me convida o louco, mas no entanto grita, um gritinho de menina. Eu quero te ver feliz, mais do que dança, mais do que brigadeiro de panela, mais do sentar na janela, eu quero te ver feliz. Eu quero te ver feliz pra alem de mim, quero ver voce sendo essa mulher que ja sempre pode ser, que nao tenha medo de poder, eu quero ser pra você o braco pronto pro abraco, mas quero te ver para alem do laco. O que falta entre nos eh mentira.
O que falto ao meu teclado eh ' e c cedilha

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Eu vejo um abraço despencar do décimo segundo andar e estourar o peito no sem fio do nosso celular. Vejo as coisas mais calmas de cá. Ter você de volta respirando nos meus olhos é de encher a vida de água. Você sabe minha dona, eu tenho a saudade frágil, dessas que com qual quer resfriado já pedem colinho e chamego. Não vou dizer da falta de medo só pra fazer rima barata, porque você bem sabe que não confio em você, mas fazer o que se esses olinhos sonsos me fazem querer acreditar em qual quer invenção de futuro? Esse seu desconhecido alá Pinter, de verdades ambíguas, me faz criar personagens nonses que poderão ser qual quer coisa parecida conosco, um filho, talvez. Você quer ser mãe comigo e eu mal sei me limpar depois de cagar, cagar é uma palavra bonita, eu acho. Engraçado isso não? Essa coisa de abraços suicidas. Uma vez eu tentei jogar um amor da janela, você lembra? Você tava, você gritava assustada me pedindo pra parar, enquanto mutilava nossas memórias. Prefiro assim. Gosto de gente com qual quer loucura e vilania, gosto de você assumida na doidera, fragmentada, instigada, enganada.Eu gosto mesmo de apanhar, gosto do ciume, da traição, eu gosto de colo, de beijo, de mordida, de saudade eu nao gosto, que ela não me ouça, pois se ouvir vai dar pra chorar rejeição aqui dentro, mas a verdade é que eu não gosto. Em mim é claro. Gosto no outro, gosto de ser lembrada, de ser chorada, de ser desejada, gosto de sentir que elas, todas elas, essas mulheres do passado ainda se masturbam por mim enquanto você bebe meu gozo. Mas acima de tudo, eu gosto de você e de poder mentir sobre tudo que escrevo. Eu minto verdades, isso você nunca vai entender.