quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Me conduzo ao que mais temo
Me atropelo no que quero
Penso pouco quando sinto
Sinto muito quando lembro
Arde tanto o que eu digo
Que me perco pelo tempo
Templo torto onde vivo
Construído sem lamentos
Arga massa, foge a vida
Costurando o que não vemos
Falta rua, falta mão
Sobra peito e sobra chão
Qual porção dessa estrada
Com os olhos conhecemos?
Qual tamanho desse nada
Com os pés desentendemos 
Se eu coubesse no que sou
Me vestia desse mundo
Tu tem margens, meu amor.
E eu me afogo sobre o mundo

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Não meu bem, amor até que tenho muito aqui
Mas não me peça para ser você
Ou ser a parte do que lhe convir
Eu tenho olhos curiosos
Um dia desses eu devo partir
E se você me entender,
Quem sabe escolhemos juntos ir.
Mas se você, 
embrulhar minha liberdade
E pedi-la de presente
Eu mesmo rasgo a caixo
E me lanço ao pé da frente.

If you love me
Let's make a deal
We gonna be free, baby
We gonna be free. 

Para além das dadas mãos

Hoje estava caminhando e vi alguns casais, talvez mais do que me lembre ter visto nos últimos dias (não sei bem porque razão),estavam eles andando de mãos dadas e eu andando com as minhas mãos soltas e achei isso bem estranho. É que eles andavam muito tranquilos de mãos dadas, como se o fato das mãos estarem dadas fosse algo completamente corriqueiro e sem importância. Eu quase sempre ando com as 
mãos soltas,agora, e me parece bem normal, são as minhas mãos, eu nasci com elas, elas cresceram um pouco, é verdade, mudaram, mas eu as observo constantemente e não há nada de extraordinário em andar por ai com elas (é claro que perde-las seria uma perda terrivel). Mas quando eu ando de mãos dadas com alguém, é tipo Uou! E eu já andei de mãos dadas com algumas pessoas, não muitas e nunca deixou de ser tipo Uou. É que quando isso se dá, eu vejo a minha mão, a que eu sempre tive, segurando uma outra mão a mão de alguém que eu amo muito e que naquele momento, está andando do meu lado, na mesma direção que eu e escolhendo junto comigo segurar a MINHA MÃO. Isso não pode ser uma coisa insignificante, NÃO PODE!
“Está com raiva? Soque uma almofada. Adiantou? Não muito. Nos dias de hoje as pessoas estão com raiva demais para socar. Você deveria tentar apunhalar. Pegue uma almofada velha e a coloque na grama em frente à casa. Apunhale-a com uma grande faca pontuda. De novo, de novo e de novo. Apunhale com força suficiente para que a ponta da faca entre na terra. Apunhale até que a almofada se acabe e você esteja simplesmente apunhalando a Terra de novo e de novo, como se quisesse matá-la por continuar a girar, como se estivesse se vingando por ter que viver neste planeta dia após dia, SEM NINGUÉM.” – Miranda July