sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quanto finais cabem no fim? Perguntou o menino ao seu avô.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A NOITE/I
Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.

(Eduardo Galeano in Mulheres)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Eu vou partir pra longe desse júri caótico,
Eu vou partir para longe desse júri
Covardes, não me contam minha sentença
Espalham meus crimes nas ruas,
nos becos,
Vielas,
Esquinas,
Nos medos
Medo.
Nunca na minha cara,
Todos os crimes
Crimes que eu esqueci de cometer.
covardes juízes, de uma lei que não aprendi
Covarde advogada que me conta a sentença
Mas me proíbe de questionar o júri
Covarde mulher
Que ama o homem, mas não fica com ele
Porque ele é o vilão.
O vilão corajoso num mundo de covardes.
O antagonista do mundo.
Covarde mulher que vai chorar a vida
No colo do mocinho
Aquele rapaz sorridente
Que passa os anos
Fugindo do conflito.
Sem drama.
A vida me pesa
para fora deste cenário
De uma humanidade burra
De ensino superior
Que nunca pagará o meu salário.

domingo, 25 de setembro de 2011

Céu

Do céu da boca
Despencam estrelas
Salíva
Baba
Sua língua me salva
Num beijo.
Você é a barca,
Você é a ponte,
Você
A única travessia
Para as
ILHAS PERDIDAS DE
mim.
Queria pôr
A pequenina moça
No centro do colo
Acarinhar seus cabelos
E beijar a boca de açaí
Boca de açaí com pinta
Mas fui eu quem
Pôr-do-sol no ventre
De tal pequena paisagem
Fui eu quem
Se pôs a morrer
Nas lacunas do confuso
mar-vermelho-sangue
Que inundam o quadro-ela
E chocado em uma pedra
Despertei admirado
Por um novo amor
Que divide com aquela
A mesma cidade
De barcas e índios
E o mesmo signo
De águas e barbatanas.
Mas que é tão copletamente outra
Que me sorriu
Um amor sem nome de.
E que é a única
Peça-de-roupa
Que eu visto em meu exílio.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

A parte que sou
Nao faz parte do todo
Sento e vejo o mundo
O mundo nunca me viu
Eu me vi em muitos
Sem sentido pro tudo
O nada que trago
Me traga ate o impuro
Do sujo que derramo em lagrimas
Me parto ao o submundo
Sou um poço de vontade de nada.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Clarice!
http://www.youtube.com/watch?v=Yj4nb50aOZs&feature=fvst

A menina menino

Ela cuida do estoque de dois cafés localizados na saída das barcas, um no rio, um em Niterói. Ela gosta de livros de menino, o seu preferido é Harry Potter e ela ri perplexa, toda vez que flagra um ângulo Hermione em mim. Ela tem o cabelo preto e curto, as unhas curtas e nunca feitas, ela dorme de samba-canção e usa roupas de menino. Antes de dormir e quando acorda comigo, olha boba e risonha para mim, de um jeito que só um menino olharia, de um jeito que só um menino pré-adolescente olharia. Ela me olha como se eu fosse uma mulher, ela que é tão mais velha do que eu. Nessa hora me sinto uma mulher, uma professora que se encantou pelo aluno bobinho e está brincando com ele de descoberta. Ela me quer o tempo inteiro, ela largaria os cafés para ficar comigo o dia inteiro. Mas ela não imagina, ela nem supõe quem de fato sou, para onde vou e eu não posso contar. Ela não entenderia, ela que por encanto não houve uma palavra que digo, que se arrepia feito um menino na puberdade com cada movimento sedutor que eu faço, jamais poderá ser aquela a ler meus diários, a flagrar minha escuridão, a dançar valsa com a minha loucura. Mas ela tem sido minhas férias, minhas férias dessa profundeza de gentes que sou, ela pode ser minha festa de fim de semana, pode ser minha pausa de dedos, pode ser a minha versão novela, a minha versão best seller, a minha versão música pop... Pode ser o meu fiel para eu brincar de deusa, uma deusa boba e embriagada que faz o que bem quer com a sua criação. Ela pode ser um descanso de mim, e sim, eu quero isso, e dessa vez, mais do que nunca, eu quero só agora.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Comer, rezar, amar...

É que eu também leio best sellers ás vezes. E cara, você pode rir, mas eu me identifiquei com isso pra burro!


Para ter problemas com limites, é preciso primeiro TER limites, certo? Mas eu sou inteiramente tragada pela pessoa que amo. Sou como uma membrana permeável. Se eu amo você, eu lhe dou tudo que tenho. Dou-lhe o meu tempo, a minha dedicação, a minha bunda, o meu dinheiro, a minha família, o meu cachorro, o dinheiro do meu cachorro, o tempo do meu cachorro - tudo. Se eu amo você, carregarei para você toda a sua dor, assumirei por você todas as suas dívidas (em todos os sentidos da palavra), protegerei você da sua própria insegurança, projetarei em você todo o tipo de qualidade que você na verdade nunca cultivou em si mesmo e comprarei presentes de Natal para sua família inteira. Eu lhe darei o sol e a chuva. Darei a você tudo isso e mais, até ficar tão exausta e debilitada que a única maneira que terei de recuperar minha energia será me apaixonar por outra pessoa. Não é com orgulho que revelo esses fatos sobre mim mesma, mas é assim que sempre foi. O que sei é o seguinte: estou exausta com as consequências cumulativas de uma vida de escolhas apressadas e paixões caóticas.


-O problema é que você não consegue aceitar isso, que esse relacionamento tinha um prazo de validade bem curto. Você parece um cachorro cheirando lixo, baby... fica lambendo uma lata vazia, tentando tirar mais comida La de dentro. E, se você não tomar cuidado, essa lata vai ficar presa no seu focinho pra sempre e tornar sua vida infeliz. Então largue isso.”


Eu o amava e não conseguia suportá-lo, em igual medida(...)"Eu não queria destruir nada nem ninguém. Só queria sair de fininho pela porta dos fundos, sem causar alvoroço nem conseqüências, e depois só parar de correr quando chegasse à Groenlândia."

Fernando Pessoa

"Loucura


Fito-me frente a frente

E conheço quem sou.

Estou louco, é evidente,

Mas que louco é que estou?

É por ser mais poeta

Que gente que sou louco?

Ou é por ter completa

A noção de ser pouco?

Não sei, mas sinto morto

O ser vivo que tenho.

Nasci como um aborto,

Salvo a hora e o tamanho."
F.P
Peço perdão pelas últimas grosserias, pelos últimos arroubos, pelo desrespeito, por não me controlar! O fim do amor é um processo longo e vicioso, e te expulsar, foi a única forma de nos libertar. Te encontro ali na frente, com um sorriso convite, onde o mundo permite o nascer do que é leve.

trecho

‎"Eu prometo te amar um novo amor por dia, eu prometo me deixar ser visto e prometo olhar com olhos interessados para todas as infinitas vocês que você é, prometo dançar valsa com a nossas diferenças e fazer estrelas com as nossas discordâncias. E se por fim, um dia eu deixar de te amar, eu prometo te deixar ir." disse ele. "Mas eu só queria que você fosse eu" respondeu a moça, o rapaz então partiu, carregando-se.
presente

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dostoiévski teve uma premonição e eu captei.

Obrigada por ser parte de cada letra que minha filha recebe:
"(…) Bem, não sei se acreditam: exigem total falta de personalidade, e nisso encontram o próprio prazer! A gente tem de arranjar jeito de não ser o que é, de parecer o mínimo possível consigo mesmo! Entre eles é isso que se considera o mais elevado progresso. Se pelo menos mentissem a seu modo, no entanto…

- Escute – interrompeu timidamente Pulkhéria Alieksándrovna -, isso só pôs lenha na fogueira.

- E o que a senhora acha? – gritou Razumíkhin, levantando ainda mais a voz. – A senhora acha que estou a favor de que eles mintam? Absurdo! Eu gosto quando mentem! A mentira é o único privilégio humano perante todos os organismos. Quem mente chega à verdade! Minto, por isso sou um ser humano. Nunca se chegou a nenhuma verdade sem antes haver mentido de antemão quatorze, e talvez até cento e quatorze vezes, e isso é uma espécie de honra; mas nós não somos capazes nem de mentir com inteligência! Mente pra mim, mas mente a teu modo, e então eu te dou um beijo. Mentir a seu modo é quase melhor do que falar a verdade à moda alheia; no primeiro caso és um ser humano, no segundo, não passas de um pássaro! A verdade não foge e a vida a gente pode segurar com pregos; exemplos houve. E hoje, o que nós fazemos? Todos nós, todos sem exceção, no que se refere à ciência, ao desenvolvimento, ao pensamento, aos inventos, aos ideais, aos desejos, ao liberalismo, à razão, à experiência e tudo, tudo, tudo, tudo, ainda estamos na primeira classe preparatória do colégio! Nós nos contentamos em viver da inteligência alheia – e nos impregnamos!"

Dostoiévski teve uma premonição e eu captei.

Obrigada por ser parte de cada letra que minha filha recebe:
(…) Bem, não sei se acreditam: exigem total falta de personalidade, e nisso encontram o próprio prazer! A gente tem de arranjar jeito de não ser o que é, de parecer o mínimo possível consigo mesmo! Entre eles é isso que se considera o mais elevado progresso. Se pelo menos mentissem a seu modo, no entanto…

- Escute – interrompeu timidamente Pulkhéria Alieksándrovna -, isso só pôs lenha na fogueira.

- E o que a senhora acha? – gritou Razumíkhin, levantando ainda mais a voz. – A senhora acha que estou a favor de que eles mintam? Absurdo! Eu gosto quando mentem! A mentira é o único privilégio humano perante todos os organismos. Quem mente chega à verdade! Minto, por isso sou um ser humano. Nunca se chegou a nenhuma verdade sem antes haver mentido de antemão quatorze, e talvez até cento e quatorze vezes, e isso é uma espécie de honra; mas nós não somos capazes nem de mentir com inteligência! Mente pra mim, mas mente a teu modo, e então eu te dou um beijo. Mentir a seu modo é quase melhor do que falar a verdade à moda alheia; no primeiro caso és um ser humano, no segundo, não passas de um pássaro! A verdade não foge e a vida a gente pode segurar com pregos; exemplos houve. E hoje, o que nós fazemos? Todos nós, todos sem exceção, no que se refere à ciência, ao desenvolvimento, ao pensamento, aos inventos, aos ideais, aos desejos, ao liberalismo, à razão, à experiência e tudo, tudo, tudo, tudo, ainda estamos na primeira classe preparatória do colégio! Nós nos contentamos em viver da inteligência alheia – e nos impregnamos!

Trecho solto do meu romance; Poemas invisíveis para amores inexistentes

"Preciso contar um segredo. Eu vejo fantasmas que nunca viveram, eu vejo amores que nunca nasceram." Revelou aos prantos agarrado em minhas pernas. Então aquele homem enorme podia chorar e eu não?

Por Marguerite Duras

"O choro a acorda. Ela te olha. Olha o quarto. E de novo ela te olha. Acaricia a tua mão. Ela pergunta: Você chora por quê? Você diz que cabe a ela dizer por que você chora, que ela é que deveria saber.

Ela responde baixinho, com doçura: Porque você não ama. Você responde que é isso.

Ela pede a você que lhe diga claramente. Você lhe diz: Eu não amo.

Ela diz: Nunca?

Você diz: Nunca.

Ela diz: O desejo de estar prestes a matar um amante, de guardá-lo para si, só para si, de arrebatá-lo, de roubá-lo a contrapelo de todas as leis, de todos os impérios da moral, você não sabe o que é isso, você nunca soube?

Você diz: Nunca.

Ela te olha, ela repete: É curioso um morto."
Foram unidos na igreja, pelo apego, pela vontade de parecer feliz, pela cobrança dos amigos, pela cobrança da família, pela cobrança do mundo.Foram feitos um pro outro, ou melhor não eram outro, eram a mesma pessoa, a mesma coisa. Foram unidos pela doença, pela posse, pelo medo de ser um. E no fim do sermão, eu os disse: Os declaro marido e mulher, até que a saúde os separe!
Debruço minha solidão em
brancos de folhas
As deixo passear
Em negras letras
Como os corvos
Sobrevoa o cinza do céu
E volta
Sempre volta
ás vezes acompanhada
De uma outra solidão
ás vezes de mãos dadas
Mas sempre minha.
O escritor
É o ser mais solitário do mundo!

sábado, 17 de setembro de 2011

O meu orgulho não vai deixar,
Eu ligar chorando pra você
O meu orgulho não vai deixar
Eu te contar que te escolhi
Mas a verdade meu amor
É que:


"Se É Tarde Me Perdoa
Se é tarde me perdoa
Mas eu não sabia que você sabia
Que a vida é tão boa
Se é tarde, me perdoa
Eu cheguei mentindo
Eu cheguei partindo
Eu cheguei à-toa
Se é tarde, me perdoa
trago desencantos
De amores tantos pela madrugada
Se é tarde me perdoa
Vinha só cansado"
Leila Pinheiro

P vc

A vida é toda um processo de demolição. Existem golpes que vêm de dentro, que só se sentem quando é demasiado tarde para fazer seja o que for, e é quando nos apercebemos definitivamente de que em certa medida nunca mais seremos os mesmos.
Scott Fitzgerald!!

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Eu tive uma namorada que tinha carocinhos no pescoço, no começo ficava muito preocupada com ela. Depois eu descobri que os carocinhos eram poemas não escritos, aqueles que ela acumula por preguiça perto da orelha que ouve muito. Aqueles que ela deixa bem preso na garganta, ou nos dentes cerrados quando os mesmos insistem em querer fugir. Hoje sei que ela adoesce por palavras sem ar, as que sufocam em meio a saliva.
Esse caroço poderia um dia ter sido poema,
Assim como ela poderia um dia ter sido a mãe dos meus filhos,
Mas não foi
Assim como a poesia
Nunca foi dita.
Prisão de ventre é prosa em branco.
Um brinde a coragem
"Ser corajoso (...) é uma oportunidade que mais cedo ou mais tarde se apresentará a todos nós."
John Fitzgerald Kennedy
Eu tenho a estranha mania de sentar sozinho em lugares que normalmente se vai acompanhado. sento em bares, restaurantes, cafés, cinemas, ruas. E fico ali, parado, observando os corpos, as vidas, as vozes, as histórias, fico tentando adivinhar os destinos dos desconhecidos, ás vezes sorrio para eles, dou tchau e a recepção disso é sempre muito variada; alguns retribuem, outros ficam olhando para mim, procurando lembrar de onde me conhecem, outros olham para os lados para conferir se me enganei, outros seguem seus caminhos e me ignoram completamente. É que eu sempre gostei muito do poder dos ouvidos, eu adoro escutar, e faço isso com outras partes do corpo que não só as orelhas, escuto com os olhos, com as mãos, com os pés e até mesmo com a minha respiração. Escutando eu aprendi um bocado de coisas, mas constatei durante minha vida, que poucas pessoas de fato conseguem isso que para mim é tão natural. Vejo pessoas falando, falando, falando, falando delas, de suas vidas, de suas dores, de seus medos, mas não conseguem escutar o som da própria voz ecoando no espaço.

Trecho solto do meu romance; Poemas invisíveis para amores inexistentes

Eu ficava observando da minha janela a vida estranha de meu vizinho Tobias, eu só sabia que assim se chamava ele, porque ouvi o porteiro do meu prédio dizendo que a correspondência era para o senhor Tobias do 804. Ele tinha cabelos brancas e uma barriga dura e grande. Passava os dias entre livros e pantufas, nunca vi Tobias comendo, tomando banho, conversando. Só via Tobias entre livros, cartas e pantufas. Ele tinha um mar de cartas em seu apartamento, e elas ficavam espalhadas por toda a extensão da sala de Tobias.
No dia que Maria olhou nos meus olhos e sem nenhuma lágrima, e sem nenhuma dor me disse(Maria, aquela que costumava se debulhar em água nos meus braços toda vez que eu precisava viajar a trabalho): "Eu já não te amo mais, Érico." Eu tive certeza que dessa vez era o fim. Eu não entendo muito de amor, mas sei que quando esse acaba, é definitivo, embora tivesse acredito durante toda minha vida que tal sentimento fosse incapaz de morte. Embora acreditasse que ele era um talentoso sabotador de assassinatos. Eu nunca deixei de amar nenhuma das três mulheres que amei, embora... Mas não, naquele dia bebi um imenso gole de rejeição e sentindo aquele seco me enxergar, tive certeza que Maria não me amava mais e nunca voltaria a me amar. Eu me fiz de forte naquele momento, não podia me desfazer do meu papel de macho. Disse a Maria que tudo bem, que talvez eu já não a amasse mais também(o que era mentira obviamente), foi quando Maria, ternamente olhou para as minhas mãos edisparou em um monólogo terrível; "Eu gostaria de me tornar sua amiga, sabemos muito um do outro, estivemos juntos por muito tempo e eu sinto um carinho profundo por você. Não quero te arrancar da minha vida, você é importante." Neste ponto da conversa eu não aguentei, não dei conta de tamanha crueldade, e por mais que eu fizesse uma força enorme para me manter em minha pose, esta que havia mantido durante os cinco anos que vivi ao lado de Maria, por mais que eu gritasse para o meu corpo inteiro para não autorizar o desabamento daquelas incabíveis gotas de olhar, por mais que...Neste momento eu comecei a chorar feito um menino, e não sabia o que fazer com os braços, neste momento acreditei que Maria me abraçaria em meu socorro, como sempre fiz por ela, embora isso fosse me deixar ainda pior. Mas não, Maria se retirou da minha casa e me deixou ali. E me deixou, e pela primeira vez eu havia sido deixado, e pela primeira vez eu. Eu arrumei minhas coisas naquele dia mesmo, fraco e cansado, decidido que aquele era o momento de me tornar um grande escritor, que nada mais iria me amedrontar ou roubar minha inspiração, eu fari como Fernando Pessoa, assumiria a minha liberdade de solidão e deste dia até o dia que eu escrevesse um romance que realmente prestasse, eu ficaria exilado deste mundo de humanos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A solidão volta
Sem sol maior
O mim menor
Ela, amiga de velha estrada
Malvada, perversa
Fim eterno das namoradas
E segue só
Feito o pó de Fante
E segue só
A diante adiante.
O que me vale a inspiração
Essa dor sem começo
O único meio
De tornar útil
O molhar do travesseiro.
Partida de times
Não adversários
Jogo findado,
Por falta de arbitro.
cansou de fazer poemas invisíveis para amores inexistentes. ou; poemas inexistentes para amores invisíveis.

A novidade

Botei na conta,
Na ponta
Do lapís que não escreve
Destino sem encontro
Torta por paixão
Sabor sem chocolate
Me retiro, me destrate
Não escolho o que já foi
Que passe a peça
Cheque-mate.
Me entrego ao que me invade
Do gigante que em mim nasce
E que pode ser o tal.
Não arrisco a novidade
Por um velho amor-pagão.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Merda feita,
Perder o amor
culpa consumindo
Avesseo, dor, rancor.
Coloquei em duvida
O que ainda seremos
Morri um pouco
Enquanto nos
Apenas amanhacemos.
Nem nasceu ainda,
Este que poderia ser gigante,
Mas insistirei em colocar no mundo
Esse que em mim já existe
Profundo.
Perdão, canção, solidão
No quero nos perder
Por um velho-amor pagão.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Orgulhoooooo
Eu come over sim!
Poesia concreta
http://www.youtube.com/watch?v=y3TBAeOWaWE&feature=related

Morena

Nossas bocas se econtram
Enquanto contemplamos
Esta explosão de girassol
Enquanto escutamos
O mergulhar do sol
Da janela do seu quarto
E meu corpo branco
Passea pelos morenos
Do seu
Enquanto a lua nasce
Encantada,
Pelas nossas mãos.

sobre As Horas

‎'Essa coragem que me cega as dores
linda estação de lavrar os amores
Melan-alcoólico jeito de perder as flores
rasgo dom com o suicidar das cores
A vida em preto e branco.'
Caio Sóh
"Pra que buscar recaídas
Reviver o drama
Mexer na ferida
Por onde se engana o coração
Se encontra a saída pra vida.
Tempo de ver que É maldade,
martela as horas, no chão da saudade.
Embora agora a contradição
O tempo que pôs essa dor nessa conta,
É quem desconta, passa e te aponta
O ponto de sorrir...
(..)
E mais
Soltar gargalhadas
Deixar pra trás
O que entristece
Desce
Deusa!

http://www.youtube.com/watch?v=3ZOPZKhDmRw

segunda-feira, 12 de setembro de 2011


Minha caligrafia!

domingo, 11 de setembro de 2011

Os restos. E as fantasias de vc

No inicio do ano estava eu tirando dinheiro no caixa eletrônico de um posto, estava com duas grandes amigas que moram em Los Angeles. Uma menina estava na nossa frente, ela usava um chapéu preto, uma jaqueta de couro preta, uma pulseira prata, meia calça preta e botas marrons. Nos olhos um riscado fino de rímel que se estendia para além do olho.Ela tinha um cabelo bem curto e uma tatuagem de caveira e outra com o símbolo do banheiro feminino duplicado. Aquela mulher me causou uma sensação estranha.
Na sexta passada(estamos em setembro)estava em uma festa "hipster" numa velha fábrica desativada, que agora serve de ateliê para alguns artistas contemporâneos, quando cruzei com uma menina, esta menina vestia a mesma roupa, o mesmo chapéu preto, a mesma meia, a mesma bota, a mesma tatuagem de banheiro feminino e o mais estranho; o mesmo risco de rímel fino que se estendia para além dos olhos, mas essa menina tinha o cabelo mais longo, não tinha a tatuagem de caveira e sei lá, eu preferia acreditar que elas não eram as mesmas. Cruzei com essa mulher quando ela entrava no ateliê da artista que me convidou para tal festa, derramei um pouco de cerveja quando nos cruzamos, mas ela não me viu, assim como de certa forma eu também não a vi. Não nos cumprimentamos, eu e a mulher de preto. Mandei uma mensagem para ela e a minha garota quis ir, pois tinha uma reunião no dia seguinte, fui com ela até a casa que ela dormiria aquela noite, no minuto que ela entrou no banho recebi uma ligação. Voltei para a fábrica, porque na manhã daquele dia tinha descoberto coisas que ameaçavam fortemente um bonito sentimento que eu nutria por alguém daquela festa. Cheguei lá e vi a menina de preto, olhei profundamente para ter certeza de que de fato ela era ela, era, mas não mais.
Você se defendeu com escudos no nosso semi-encontro, endureceu e buscou com afinco a indiferença, no tanto faz do possível abraço. (Eu fui, herói-romântico que sou, sem espadas, sem escudo, corpo limpo e coração aberto. Fui por não querer deixar o amor ficar doente de raiva, por não querer acreditar na sua covardia)Você bloqueou o meu espontâneo, quando percebi que de certa forma, me enxergava como uma ameaça a sua integridade. Condecorou meu amor de maleficio. Me calei em palavras de senso-comum, me deixei ser a boba da corte, única maneira de não chorar ali, diante de alguém que passo a passo, ia se tornando uma completa estranha. Eu vi meu amor morrer diante da menina fantasiada de outra, diante da menina de rímel de risco fino.Reparei que aquele rímel tinha mudado também seu olhar, tinha virado esconderijo, fiquei engasturada, com uma vontade tremenda e vergonhosa de me esconder em uma daquelas obras de arte, queria naquele momento deixar de ser autor. Eu vi meu amor morrer da forma mais banal possível e cheguei a duvidar de que um dia ele tenha nascido, mas nasceu, pobre amorzinho. O único erro que pra mim é sem perdão é a tal da covardia, eu acredito na criação, mas a negação me espanca, me humilha. Eu nasci com a genialidade dos loucos e por consequência com a loucura dos gênios.


PALAVRAS MEDIANAS
Em que posto de altar se colocou, oh divindade, para dizer que nasci no intuito único: carregar pobres almas para o inferno? Me acusou de ladra de segredos, de farsante, de falsária. Condenada eternamente a podridão de mim mesma. Me disse sem alma, sem interesse de evolução, vilã nada complexa, sem humanidade, ou paixão.Sou obra de um autor maniqueísta? Sou os olhos de um predador sem compaixão? Oh ingenua divindade, você que acata as decisões de sua deusa, e como uma anja condutora dá o recado, será que em algum lugar dessa pobre e esmagada personalidade, existem ouvidos capazes de olhar para as gamas todas que ofereço? Nem por um dia fui tal lobo em fúria, nem por uma hora, talvez por alguns segundos, eu tenha mordido a presa, mas vendo o sangue preferi morder a mim, para receber igual dor, do que devora-lá, ali mesmo.é triste anja, ter que te dizer, que todo este amor e devoção que você pensa ter por sua deusa, é apenas a sua covardia, é apenas seu medo em perder suas penas e suas asas, estas que apesar de ter, você nunca usou, mas teme um dia precisar. Isso que você sente por mim, essa que você colocou de demônio, isso que é ruim, sem valor, sem amigos, é exatamente o que você vai pensar antes de dormir e vai duvidar do que a deusa te diz, e vai querer correr, sem veste, nua e se jogar em cima de mim e me ouvir gritar mais uma vez e pensar em jogar fora essas asas q não te servem, e pensar que este paraíso de bandos é na verdade o inferno, e vai pensar que o meu gozo é o sumo do céu e vai acreditar que em algum momento poderia ter sido politeísta, poderia ter sido deusa comigo. Vai lentamente ceder ao sono vai acordar de novo com medo, e esquecer o que pensou dormindo sozinha, e vai escolher por mais um dia, ser o capacho de sua deusa e vai escolher por mais um dia me colocar de algoz. E eu, oh divindade, eu acredito em inexistências, nos silêncios ensurdecedores que elas fazem...Eu deixei de te amar no dia que notei que não voa por medo, no dia que toquei suas asas, no dia que entendi que você prefere ser a sombra de um deus, do que qual quer coisa que te tire desse lugar, onde bando é sinal de bom-caráter.
E sim, deixar de amar é algo terrivelmente definitivo. Eu sou incapaz de amar duas vezes a mesma mulher.
Sertaisis

Paixão,
novinha-folha,
Para eu rabiscar
Com os meus pequenos poemas
Estes de menina mimada,
Que não respeita o emprego
Das vírgulas e dos acentos
Pele onde encosto minha caneta
Corpo-desconhecido
Um mundo inteiro
Para ser descoberto
Com o nariz
A ponta dos dedos
O meio da língua
O inteiro do sexo.
Me perfumo para te escrever
Sinto o cheiro da gente
No meu quarto
Na ponta dos dedos
No meu carro
No meu chuveiro.
Meu banho tem seu cheiro.
Prometo não te falar dos amores passados
Esses que não nos cabem
Não amanhecerei ontens
No nosso sol.
Me entrego inteira
Sou agora e só.
Vc bateu, bateu, e eu não atendi, não quis abrir. vc arrombou a minha porta.E agora que já tá aqui dentro eu não quero que saia nunca mais.

sábado, 10 de setembro de 2011

Para bom entendedor

O fato de eu não andar em bando não significa que eu não tenha amigos, mas deixa claro que eu preservo ainda, alguma solidão.


Ps; Um bando de gente curtiu isso no facebook, de repente isso é um sentimento coletivo.

Para aquela que é renascida

Ter deixado de te amar é mais triste do que ser deixada, ter olhado nos seus olhos e não reconhecer mais a moradia de minhas saudades, doeu mais do que toda dor que você já me causou. Sentir a minha indiferença para com o nosso carinho, esbarro minha carne-viva e sangrou este amor nati-morto. Não te amar mais é te olhar feito estranha e não conseguir entender porque tanto te amei, é não entender a efemeridade do meu corpo, é me assustar com a rapidez da partida.Queria ter dito, por último que se fantasiar é legal, mas se fantasiar da pessoa que amamos é a receita do fracasso, a simbiose é a receita do fracasso e disso eu entendo muito bem, de fracasso e simbiose.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Talvez em algum sonho em sépia você ainda apareça. Nos meus labirintos ou na hora da aula chata. Quem sabe, nos encontraremos em algum show inusitado e eu deixe você segurar meu guarda-chuva. Ficaremos à toa, em um banquinho qualquer, matando a faculdade sem pensar no que virá. Deslumbradas, rodaremos juntas por toda madrugada. Carmen Miranda será nossa única testemunha. Pode ser que a gente se enrole nas roupas do varal, entorpecidas de presença. Você pode me achar vez em quando dentro de um monóculo, ouvindo música distraído ou lavando louça. Os dias talvez passem lentos e eu estou decidida a fugir de você. Se pegar um atalho, pode ser que me encontre antes que eu me perca. A vida passa ligeira e é de se entregar até a última valsa.
The man who can't be moved.
Not mooooooving
http://www.youtube.com/watch?v=gS9o1FAszdk&ob=av2e

domingo, 4 de setembro de 2011

Para a mulher mais importante da minha vida

No passado, eu cometi o maior erro que se pode cometer: fui infeliz. Infeliz de uma forma tão intensa, que nenhum vento era capaz de me sorrir a alma. Mas não digo que seja uma pena você ter vivido em mim naqueles dias. Você aconteceu no momento certo, e eu tenho uma gratidão imensa pela limpeza que você me promoveu.
Graças ao que vivemos, hoje eu quero viver um amor tranqüilo, e sei que isso é mais que sorte, é construção. Graças aos ciúmes que me adoeceram quando te tive, hoje meu corpo construiu resistência e quase arrisco a dizer que estou imune a esse vírus. E por causa do sentimento que você inaugurou em mim, hoje posso amar e inaugurar outros sentimentos, sem esquecer jamais, o quão importante foi a descoberta que você me proporcionou.
E é por isso e todo o muito mais , que te tenho amor e gratidão, e quero um dia enfim, poder te dar de presente o presente que você me tornou.
Quero poder te abraçar com a calma de quem não mais precisa do sexo p estar perto, este que nunca foi o que me juntou a você, e olhar nesses seus olhos sofridinhos e te dar de coração o meu sorisso mais bonito, aquele que você dizia raro, e gritar OBRIGADA, MEU AMOR, VOCÊ ME DEU A VIDA.
Talvez por isso a confusão do sentimento, sim, você colocou uma nova eu no mundo e isso é gestação, e isso é maternidade.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Continuando:

Pra mim ódio é o amor doente, é o amor contrariado! é o amor se debatendo.
E ainda assim, nesse quase coma, nesse limiar de morte, nessa sentença de últimos suspiros, o ódio é só o amor, implorando por eutanásia.