sábado, 14 de agosto de 2010

A cor do avô

Meu avô tem uma biblioteca gigante na casa dele, deve ter pra lá de quinze mil exemplares. Isso significa que se ele com oitenta e quatro anos leu tudo isso, pensando que ele começou a ler com seis anos, numa média de cento e noventa e dois livros por ano, que dá pouco mais de dezesseis livros por mês, sendo que quando ele era criança não deveria ler tanto quanto hoje e eu vejo ele lendo mais de um livro por dia, quatro, cinco livros ao mesmo tempo, algo impressionante, que eu diria que o veinho sabe tudo. Vovô é professor, pós-doutor, emérito, poeta, filosofo entre outras coisas, mas se tem uma coisa que ele não entende nada, é cor. É daltônico. E foi nesse dia que o meu irmão no alto de seus cinco anos de pura esperteza, percebendo isso exclamou: Poxa vô, o que adianta estudar tanto se nem cor você sabe?

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