domingo, 29 de julho de 2012

Eu perdi minha voz
Gritando por mim 
Em cantos que eu não estava

A apego te tiro daqui
Do porta-retrato
Que eu guardo em minha sala
Não, não quero ser foto
Meu ponto bonito
Não cabe nessa moldura

Sim, há um tanto que a gente é
Alargo meu mundo
Pra ver se o profundo
é a parte que me da pé

É que no raso eu não sei nadar
É que o braço me chama ao mar
Ou mergulho em mim
Ou preciso voar.

Vê que no outro há o que eu estou
No devir do que não chegou
Penso tanto em me jogar
Mas já cansado estou
Pois de tanto berrar
Afastei-me de mim
Danço agora sem par.

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