sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Eu tenho a estranha mania de sentar sozinho em lugares que normalmente se vai acompanhado. sento em bares, restaurantes, cafés, cinemas, ruas. E fico ali, parado, observando os corpos, as vidas, as vozes, as histórias, fico tentando adivinhar os destinos dos desconhecidos, ás vezes sorrio para eles, dou tchau e a recepção disso é sempre muito variada; alguns retribuem, outros ficam olhando para mim, procurando lembrar de onde me conhecem, outros olham para os lados para conferir se me enganei, outros seguem seus caminhos e me ignoram completamente. É que eu sempre gostei muito do poder dos ouvidos, eu adoro escutar, e faço isso com outras partes do corpo que não só as orelhas, escuto com os olhos, com as mãos, com os pés e até mesmo com a minha respiração. Escutando eu aprendi um bocado de coisas, mas constatei durante minha vida, que poucas pessoas de fato conseguem isso que para mim é tão natural. Vejo pessoas falando, falando, falando, falando delas, de suas vidas, de suas dores, de seus medos, mas não conseguem escutar o som da própria voz ecoando no espaço.

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