terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

espelho

Ando a juntar pedaços de ilusões de mim. Cacos de um espelho que se quebrou antes de me refletir, mas que ainda sim, é a unica recordação que tenho do que não sou. Sabe, acho que o que eu não sou também faz parte de mim.
Uma criança me falou que o que todo mundo quer é estar no centro do circulo, mas o que fazer quando se está lá? O que esquentar para aquecer os da ponta, e o que há de interessante num ponto que não te permite ver o resto todo? Eu gosto de ver o mundo, por mais que medo, por mais que dor. O meu mísero tamanho, esmaga as formigas que não buscam meu doce. Será que amarguei de tanto me provar sem lavar a colher?Será que minha mania de não vírgulas previsíveis é também o não aceitar das previsões? Isto de se sair sem guarda-chuvas quando sabe que vai chover, é minha forma ateia de acreditar em Deus. O que não existe me perturba. E continuo a devir, recolhendo cacos da imagem que nunca vi. Você que me diz que eu não sou o que eu sou, você me viu por ai? Se sim, me pede pra mandar noticias? Diz que sinto saudades?

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