be flutuar e exibe seu voo sem esforço, num mundo sem gravidade, de menino meu sonho era esse, mas de agora me assusta o ar. Foi-se o tempo da terra do nunca, mas continuo menino perdido, só que agora carrego voz grossa numa roucura que chega a espantar. Quando foi que deixei de dar pé? Ontem abrindo a janela, pensei em rasgar meu papel, o lotado de horários na agenda e jogar tudo aquilo no mar, eu não fiz, mas queimei-a inteira. Penso agora que talvez eu de tempo se eu nunca me olhar no relógio, pois tal sorte não tive, nasci com ponteiros.
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