terça-feira, 23 de outubro de 2012

Dos filhos e falos

Esboço.

Você tem cheiro de semente de priprioca, um perfume da Natura, você me contou. Os olhos negros e os braços firmes capazes de me ninar, crescido que sou. Eu ando fraco, dos braços, do peito, da cabeça, eu ando mal da cabeça. o médico falou, mas vai passar diz ele, eu não estou ficando louco, eu não posso enlouquecer, eu não tenho estrutura emocional para pirar. Você me dá banho, esfrega mi
nha costas e me prepara o jantar, a noite você canta para eu dormir. Me lembro da última vez que te comi, você gozou duas vezes. Eu chupava você e você goza um rio, eu lambia seu gozo como fosse comida, como fosse liquido aminiótico, eu cheirava você como se eu te pertencesse, como se dentro de você fosse o lugar seguro para onde eu precisava voltar para me curar do mundo. Depois eu enfiei meu pau com força, fundo, enfiei meu pau desejando que a minha glandê se tornasse uma membrana e envolvesse nela todo meu corpo e que assim como o meu pau, eu inteiro entrasse dentro de você. Dentro de você agora parece o lugar de onde surgi e que obrigado fui posto pra fora. Queria meu pau amputado para que o sexo não fosse a ligação. Imagino você, minha mulher, adornando meus cabelos com fitas e laços, me ensinando a passar o batom, me protegendo dos perigos do mundo. Oh céus, como me pesa o falo! Como me falta o poder ser dor sem vergonha, o poder amar sem orgulho. Oh céus, como me pesa o falo. Eu queria pedir que você o arrancasse de mim. E junto com o seu segundo gozo eu vou ao banheiro e vomito esse incesto. Sim minha mulher, você é a mãe que não tive e agora que voltei para dentro do seu útero, já me permito ser sua menina e não é mais vergonha que me esfregue as costas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário